31 de janeiro de 2008

A morte nos persegue....


Tomei a ousadia de escrever um tópico sobre esse assunto que,EM TODA AULA,aparece nos nossos encontros: A MORTE!!

Então,sugiro um filme que perpassa por esta questão e que também levanta algo que falamos hoje: o medo de perdemos alguém que amamos.

O nome do filme é Mar adentro ,do diretor Alejandro Amenábar e conta a história de Ramón Sampedro que após ficar tetraplégico por 26 anos,decide lutar judicialmente pelo direito de morrer.

Muito bom o filme (quem assitir, recomendo ver os extras -as entrevistas com o diretor e o ator Javier Bardem o qual interpreta Ramón).

Um dado a mais ( não sei se fará diferença ou não) é baseado numa história real.

Abaixo coloco um poema escrito por Ramón :


“Mar adentro”


Mar adentro, mar adentro,
y en la ingravidez del fondo
donde se cumplen los sueños,
se juntan dos voluntades
para cumplir un deseo.

Un beso enciende la vida
con un relámpago y un trueno,
y en una metamorfosis
mi cuerpo no es ya mi cuerpo;
es como penetrar al centro del universo:


El abrazo más pueril,
y el más puro de los besos,
hasta vernos reducidosen un único deseo:


Tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo, sin palabras:
más adentro, más adentro,
hasta el más allá del todo
por la sangre y por los huesos.


Pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos.

22 de janeiro de 2008

ausência

Nessa quinta, 24/01/08, não teremos encontro. Até 31 então. Abraço!

17 de janeiro de 2008

O herói Rikki-tikki-tavi.




A discussão desta semana passou por diversos temas, os que mais me chamaram atenção no conto Rikki-tikki-tavi foram a auto-estima e o reconhecimento. Provavelmente o segundo colabora de forma direta para o aumento do primeiro, e acredito ainda que este tenha sido o caso do mangusto. Os demais temas a gente pode debater nos comentários.



Por ter feito o que fazem os da sua espécie - matado cobras -, Rikki-tikki ficou reconhecido como o herói da família do Homem Grande, e desde a sua chegada ao confronto com Nagaina, a cada cobra que Rikki-tikki matava, mais crescia a satisfação consigo mesmo, uma vez que matar grandes cobras eram feitos de mangustos mais velhos que ele. Mas será que ele continuaria sendo O herói se outra ameaça que não uma cobra surgisse na casa? Trazendo para nós humanos, acho curioso como uma atitude nossa também pode nos rotular para os outros, criando um conceito que tem muitas chances de não corresponder com a verdade, mas que para ser revertido necessita de vários comportamentos contrários ao primeiro. Por exemplo, se o mangusto tivesse matado também o rato almiscarado, a família poderia pensar que o rato seria de algum modo mais uma ameaça aos habitantes da casa.
Bom, isto foi uma das coisas que pude tirar da leitura, quase nada realmente, mas o espaço de comentários é legal pra a gente poder falar mais sobre o conto.

3 de janeiro de 2008

O canto e o cantante

Um certo artista plástico disse certa vez, em um documentário que trazia a arte produzida no Amapá algo mais ou menos assim: Eu sou artesão, sou reconhecido e me reconheço assim. O que faço é bastante influenciado pelo que vivi e vi do meu pai e avô. Eles eram artesãos, mas não se reconheciam assim, pois o que faziam tinha uma utilidade prática, eles utilizavam a arte deles no dia a dia sem perceber que o que faziam era também arte. Para eles, arte era aquilo que se fazia para pendurar na parede.
Estas não eram suas palavras exatas (deixando bem claro isso), porém a idéia é a mesma. O que na verdade diferencia o fazer do nosso amigo arteiro do fazer dos seus ascendentes? Ele também trabalha entalhando a madeira e detém o conhecimento técnico sobre sua matéria-prima - aprendizado lento e experienciado desde a infância -, e possui um cuidado com aquilo que faz. O documentário não tem essa preocupação de contrastar os dois fazeres artísticos, deixo essa questão pra gente.
Então aqui estamos nós, a Josefina (cantora e ratazana), e nosso artista da madeira. São esses três pontos que gostaria de levantar, o primeiro sobre o artista, sua arte e aquilo que a qualifica como arte e não um fazer cotidiano (questão tratada levemente em aula). O segundo e o terceiro tratarei de explicar.
Qual a Josefina que aparece no co(a)nto do Kafka? Talvez propositalmente - sabe-se lá o que se passava na cabeça do escritor quando a fez -, talvez sem querer, porém gosto de inventar uma Josefina com vida própria que, essa sim querendo, fazia a Josefina cantora notória e desejava torna-la única, apagando por completo os signos da josefina (com j minúsculo mesmo) que se misturava ao povo dos ratos e não aparecia. A josefina ofuscada em meio a multidão apressada do povo dos ratos; esta era a josefina que trabalhava duro, como todos os outros da sua raça, que pagava impostos, possuía necessidades fisiológicas - inclusive o chiado -, assistia tv, trocava a fralda dos filhos e talvez até esquecesse de tudo isso fazendo compras no supermercado, era uma josefina sem rosto, um tanto cara de multidão. No entanto havia a Josefina que pode parecer a mesma, mas não é. Esta fazia-se notar por seu chiado, que como diz o conto é um chiado comum, mas ganhava ares de canto, de arte; esta Josefina luta para não trabalhar, pois sua arte a cansava em excesso; lutava para se destacar e desligar do povo dos ratos, criando ao seu redor ares de superioridade. Imagino esta Josefina como um símbolo daquilo que criamos em volta daqueles que aparecem ou tentam aparecer; é a Josefina que aparece no Big Brother Brasil (que começa hoje por sinal), a Josefina que aparece na revista Caras, que faz a sua imagem maior e mais importante que sua arte; esta Josefina não defeca.
O terceiro é só uma provocação sobre o nosso próprio fazer. Como psicólogos, ou mesmo extrapolando para o modo de existir de cada um. Seria possível pensar a arte como política do nosso fazer psicologia? Ou a psicologia como fazer cotidiano implicaria algum tipo de repetição necessária até mesmo a sua sobrevivência?